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Quarta-feira, 24.09.14

Gestos de Urgência Geriátricos

Na passada quinta -feira fui a uma sessão de esclarecimentos relativa a Gestos de Urgência Geriátricos.

 

Na verdade, inscrevi-me preocupada com o estado de saúde do meu sogro e para poder aprender a proporcionar-lhe alguns cuidados básicos de primeiros socorros caso seja necessário.

Mas a verdade é que a minha sogra e os meus pais também não caminham para novos.

E o que aprendi, afinal, aplica-se a qualquer idade.

 

A formadora era Marinela Cardoso, da APIS - Associação Portuguesa de Instrutores de Socorrismo. Anos de experiência no INEM, em situações de catástrofes naturais no estrangeiro e cuidadora de idosos.

 

Para além dos primeiros-socorros a aplicar nos primeiros 4 minutos - aqueles que podem tão simplesmente, fazer a diferença entre a vida e a morte seja de quem for - aprendi a importância da convivência social e dos pequenos gestos que podem fazer toda a diferença na prevenção dos pequenos acidentes domésticos.

 

Assim, resolvi partilhar o que para mim foi mais importante (já que a prestação dos primeiros-socorros, em si,  seria difícil de explicar por aqui).

 

 

 

Em termos de Primeiros Socorros, é importante reter:

  • Em caso algum elevar a cabeça das pessoas - deve-se, isso sim, desimpedir as vias respiratórias, o que não se consegue com uma elevação da cabeça. Esta mesma elevação impede o sangue de chegar mais depressa ao cérebro, o que pode ser fatal em algumas situações;
  • Em caso de hemorragias nasais há que saber que há duas formas de lidar com as mesmas:
  1. Se a hemorragia resultar de um pico de tensão ou de um trauma (acidente, queda, bateu com a cabeça, etc.), a mesma não deve ser estancada, apenas controlada. Deve-se deixar o sangue correr e ir limpando porque se rebentou uma veia nas fossas nasais como resposta às duas situações enumeradas, antes ter rebentado aí que no cérebro ou noutro local igualmente fatal;


      2. Quando excluída a subida repentina da pressão arterial ou uma pancada na cabeça:

  • Colocar a cabeça de vítima direita (não é para baixo, nem a olhar para cima, nem levantar os braços: é direita, alinhada com o resto do corpo);
  • Fazer compressão com os dedos, apertando as narinas durante uma média de 12 minutos, sem nunca retirar os dedos para ver se ainda há hemorragia;
  • Aplicar compressas frias no local e, se a vítima aguentar, dar-lhe uma pedra de gelo para ela a colar no céu da boca, atrás junto à zona da epiglote;
  • Se a compressão e o arrefecimento local não forem suficientes para estancar a hemorragia, fazer tamponamento de ambas as narinas com gaze ou panos secos (algodão ou lenços de papel se não tiverem mais nada à mão) e levar a vítima a uma unidade de saúde.

 

Depois vem a informação de como evitar acidentes domésticos:

  • De uma forma geral:

- Fixar tapetes;

- Retirar tapetes espessos onde possam tropeçar;

- Libertar os espaços de ligação entre as principais divisões que o idoso utiliza;

- Libertar espaços junto às janelas para que possa facilmente ter contacto com o exterior (principalmente quando já não pode e/ou consegue sair).

 

  • Na cozinha:

- Preferir electrodomésticos eléctricos ao invés de serem a gás;

- Marcar posições no microondas com desenhos dos alimentos que eles costumam lá colocar, para que saibam o tempo exacto que devem utilizar por cada um;

- Dar-lhe um temporizador sonoro para que o use e saiba quando retirar os alimentos do fogão / forno.

 

  • No WC

- Sempre que monetariamente possível, preferir polibãs a banheiras;

- Colocar-lhe dispositivos de apoio para que possam sair e entrar em segurança;

- Ter sempre tapetes antiderrapantes quer seja em banheira ou polibã;

- Recorrer a assentos elevatórios ou pegas de apoio junto aos sanitários para que possam manter a sua independência (e dignidade...) na satisfação das suas necessidades fisiológicas.

 

 

 

 

Outra informação relevante é entender o porquê da lista de perguntas interminável quando se liga para o 112:

- Eles não querem saber nome de medicamentos: querem saber para que finalidade é que os mesmos são tomados - comprimidos para a tensão arterial, diuréticos, insulina, etc.;

- A idade é outro dado importante, porque os sintomas descritos podem ou não ser graves de acordo com a idade da vítima;

- A informação obtida permite ao 112 mobilizar o meio de socorro mais adequado à situação, por isso dizer apenas «venham depressa que ele está a morrer», não é solução;

- Há que dar indicações precisas de como encontrar o local / casa onde têm que ir buscar a pessoa, para que não percam tempo precioso à procura da mesma.

 

E lembrem-se sempre: nestas situações todos os minutos são imprescindíveis, por isso se não estão em condições de responder calma e rapidamente às questões - ou se têm que estar a prestar primeiros socorros - arranjem quem possa transmitir a informação.

E se não sabem como, caso estejam sozinhos com a vítima, gritem. Bem alto. Como nunca gritaram na vida. Peçam socorro. Peçam ajuda.

A vida de alguém pode depender disso.

 

Depois de tudo o que aprendi, estou a considerar seriamente tirar um curso essencial de socorrismo. Tenho a certeza de que serão as 12 horas mais bem empregues da minha vida.

Mesmo que nunca venha a necessitar de prestar qualquer tipo de cuidados a quem quer que seja, é bom saber que, caso seja necessário, estou preparada.

 

A sociedade precisa de pessoas que se preocupem com o próximo. Ainda bem que a empresa onde trabalho também pensa assim.

Não vire a cara.

 

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por Mamã às 00:01


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